Conto de Assombração/Rainha da Noite
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Conto de Assombração/Rainha da Noite

Atualizado: 6 de mar.

O erudito e o popular na escultura de Mazé

Diferentes estilos de arte muitas vezes se fundem, ou se retratam. Assim, um romance pode virar música. Os versos de uma poesia podem ser representados nas pinceladas de um quadro, e vice-versa. A escultura Contos de Assombração, da artista plástica Mazé Andrade, formata, no concreto, o drama da princesa Pamina, da Ópera A Flauta Mágica, de Wolfang Amadeus Mozart.

Filha da Rainha da Noite e de um sacerdote do Templo da sabedoria de Sarastro, Pamina simboliza a consciência adormecida, ou a contraparte, do príncipe Tamino, protagonista da história. No enredo, ele se apaixona por uma imagem dela e quer desposá-la, enquanto a Rainha da Noite pretende mantê-la presa, submersa ao seu reino de escuridão, de ignorância. Apaixonado, Tamino empreende uma jornada para resgatar a princesa de Sarastro, prometendo à Rainha, após ser enganado por esta, levar sua filha à noite, sem compreender tratar-se de um mundo dominado pelos instintos inferiores do Homem. O enlace entre Tamino e Pamina, após luta travada com a Rainha e seus súditos, representará a vitória da luz sobre as trevas, a tomada da consciência plena pelo príncipe e sua guinada para o Alto em sua trajetória evolutiva.

A escultura expressa a tentativa de subjugação de Pamina pela Rainha da Noite. A princesa encontra-se de joelhos, com os cabelos das duas, mãe e filha, entrelaçando-se, sem sabermos onde começa um e termina o outro. Na obra visual, a Rainha da Noite denota sua loucura, assim como a faz na famosa Ária (a segunda da personagem) da ópera de Mozart. Mas a luz de Pamina resplandece sobre a escultura que, para representar a esperança e a inevitável vitória da Sabedoria, foi pintada de dourada.

Além de se inspirar na famosa ária, Mazé também quis representar os contos de assombração comumente contados na sua infância. "Vivíamos na zona rural e, como diversão, inventavam-se histórias. Uma delas era de que havia algo estranho numa estrada. Algo que corria e se pendurava nas costas de quem passava pelo local", lembra. Assim, mais uma vez, o erudito se funde ao popular na obra de Mazé.

Para este vídeo, foi usada música de Direitos Autorais free: Bach Cello Suite Número 1, G Maior.

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