A leitura de livros, a visita a museus, o mergulho em documentários nos proporcionam uma verdadeira viagem cultural, no tempo e no espaço. Foi revisitando outras culturas que a artista plástica Mazé Andrade produziu a sua “Mulher Asteca”, inspirada na escultura que representa a divindade da água Chalchiuhtlic e que se encontra, atualmente, no Museu das Américas, na Espanha. “Busquei elementos diferentes da peça original, baseando-me em algumas leituras que fiz da arte asteca e, naturalmente, imprimindo minha visão de mundo, pois o artista ressignifica o entorno de acordo com seus sentimentos e experiências”, explica.
A obra de Mazé participou, ao longo de 2022 e 2023, da exposição coletiva itinerante “A Arte de Viajar”, baseada no livro homônimo de Alain de Botton, com curadoria de Adriana Scartaris e Oscar D´Ambrósio, realização do Coletivo 284 Brasil e 284 Gallery.
A primeira exposição aconteceu de 11 a 30 de junho de 2022 na Casa Odisseia, bairro dos Jardins, São Paulo-SP. Em seguida, a convite da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Cravinhos, ficou em exibição, de 5 a 29 de julho, no Centro Cultural Chafi Miguel Salomão, no município de Cravinhos-SP. Em agosto, as obras foram recebidas pela Galeria CH Faria, no Shopping Ribeirão Preto – SP.
Em 2023, a exposição aconteceu primeiramente no Museu da Cidade de Sertãozinho, prédio tombado do município paulista. A quinta e última edição da “Arte de Viajar” foi realizada em parceria com o Trio Dom, de maio a junho de 2023, no Plaza Cultural, localizado no Plaza Avenida Shopping, em São José do Rio Preto – SP. Ao todo, a obra percorreu cinco municípios de São Paulo.
Modelada na argila, a Mulher Asteca foi fundida em barro líquido e recebeu acabamento em pinturas diversas. Foram feitas cinco cópias desse trabalho. Algumas estão disponíveis para venda.
Abaixo, texto do jornalista e crítico de arte Oscar D´Ambrosio sobre a obra Mulher Asteca, retirado do catálogo da exposição.
“Conhecer novas culturas é uma maneira de revisitar as próprias certezas para mergulhar em novas leituras dos próprios valores. Quando se trabalha com uma divindade asteca vinculada à água, como ocorre no presente caso, há camadas universais arquetípicas que podem ser retomadas, como o fato de ela, por exemplo, se adaptar aos mais variados recipientes e aos mais diversos estados (líquido, sólido e gasoso). Viajar, de certa forma, comporta uma mesma metáfora: a de estar sempre a mudar o que se é e no que se busca ser”. Oscar D´Ambrósio.
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